tag:blogger.com,1999:blog-71835168722090374832024-03-19T04:49:06.972-07:00Conspirações PoéticasTua letra vintage, minha poesia, Bukowsk. Um dicionário babilônico.Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.comBlogger71125tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-74804582527623929052015-06-22T12:12:00.001-07:002015-06-22T12:12:29.265-07:00<p dir="ltr">Diz-se, que do tempo em que os elementos buscavam sua aclimatação no mundo das coisas, a água, tenente-mar-e-guerra de todas as substâncias, pôs-se a escalar os olhos, e instalou-se nas íris, para purificar o olhar e dar nome de lágrima ao que se fizesse descer por influenciada emoção, ou desinquietação direta. Tempo em que o caos não era desordem, e sim, denominação das coisas...</p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-45415773557589012292015-06-20T14:32:00.001-07:002015-06-20T14:32:12.334-07:00Cores e entrecores<p dir="ltr">E quadrilátero, o verde mar não aparenta tanta esverdeada emoção. <br>
Pode as vezes, cinza-baixo-astral, não apimentar a aquarela, que monocromática, vai sozinha ao encontro do rio.<br>
</p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-88856109033828224742015-03-21T12:23:00.001-07:002015-03-21T12:23:54.911-07:00Incesto ao cartesiano sonho<p dir="ltr">Ah; que sonho...<br>
Grande tobogã azul a sua perpendicular ascensão. <br>
Uma reta curva que tem de tudo, menos você. <br>
Seu carro encerado.<br>
Tua patroa escovada. <br>
Teu 'smile' zona azul.<br>
Tua numerologia cartesiana.<br>
E daqui, da minha putrefada nevralgia inexata, não sorrio.<br>
A grande merda foi 'aristotelizar' a vida.<br>
Sistematizar.<br>
Eu, Jorge da Alma.<br>
Bukowisk do fígado. <br>
Notaro no amor.<br>
Zizo na utopia.<br>
Mza na acidez.<br>
Digo que sigo rompendo em concreto, porque em fé deixo pros afortunados.<br>
Sou demasiado idiota pra ser feliz assim.</p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-12393812336500038352015-03-18T17:16:00.001-07:002015-03-18T17:16:41.693-07:00Ensaio acerca do aroma e os bailados de uma menina<p dir="ltr">"Vi" com o olhar um tanto soslaio<br>
que aquele aroma tangenciava meu olfato já desgastado. <br>
Percebia que aquele perfume bailava sobre meus olhos num passo ameno; era um porto sem solidões, a primeira visão. <br>
Senti, de certa forma, que aquele cais moreno, eram sois, luas, céus castanhos que permearam meu sentido mais masculino.<br>
Alma morena, era ela da Ilha do Amor, de um toque índio, não poderia ser de um outro porto, pois ali o baile era gracioso. <br>
Formas e cores que avolumam e se adensam nos mares de um eu montanhoso. <br>
De um eu arquipélago. <br>
Não era um rascunho.<br>
Não era nota mínima. <br>
Não era aroma solto.<br>
É, pura e simplesmente, <br>
Cheiro de Lavanda. </p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-33948085559609782872015-02-25T15:46:00.001-08:002015-02-25T15:46:32.899-08:00Flyng? <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZoq-iQG6dBlLy5WMs3J2ZOacWGcSVPBIFaKg-zsoMLLIXTioWpgEf2SrokBdc1hb0ZVCb84pilkIiQsfpqcCuyU0CTLNogyCatKSRlOiYNTWZ_dd3BCS2cuGF1PZ2wlDgbnO2AsCzk08/s1600/IMG_20150225_202904.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZoq-iQG6dBlLy5WMs3J2ZOacWGcSVPBIFaKg-zsoMLLIXTioWpgEf2SrokBdc1hb0ZVCb84pilkIiQsfpqcCuyU0CTLNogyCatKSRlOiYNTWZ_dd3BCS2cuGF1PZ2wlDgbnO2AsCzk08/s640/IMG_20150225_202904.jpg"> </a> </div>Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-73971716559760302582015-02-08T15:02:00.002-08:002015-02-08T15:02:42.014-08:00As cigarras, as de inicio de novembro,<br />
eclodidas entoam eretas notas silvestres.<br />
Cores negativas, sons penetrantes que,<br />
naturalidade bruta, <br />
descem ao ouvido como terra.<br />
Terra abaixo do ouvido<br />
perto do sabor que tem seu canto.<br />
Sua respiração fogosa e pedregulha,<br />
é vulcânica,<br />
volúpia e devoção erótica.<br />
As cigarras erotizam<br />
na algazarra de eclodir canto.<br />
Murmurio homogêneo,<br />
áspero, linha robusta,<br />
como trago de cachaça.Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-76011005512634646932015-02-08T15:01:00.002-08:002015-02-08T15:01:14.249-08:00Li hoje a Serra da Canastra<br />
Eu, poente, fiquei morro<br />
Desci e o velho chico se mostrou magro<br />
O Pará, doente, pedia que aguapés se fossem<br />
Ah Gerais...<br />
Tu és feminina terra.Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-67437567364859799782015-02-08T14:25:00.001-08:002015-02-08T14:25:17.033-08:00Sobre varandas que não me vestem (ou sobre o falso herói cintilante)Sobre varandas que não me vestem (ou sobre o falso herói cintilante) <br />
<br />
Descanso meus olhos no mirante<br />
Que deixei de ser<br />
Temendo ser eu um falso herói cintilante<br />
ou um pequeno gigante sem espadas<br />
Um cafezal sem flores<br />
que, ainda verde, não eclode frutos. <br />
Imaginando ser uma nota que dissonante<br />
não entoa melodias.<br />
Podendo ser ainda a relva que,<br />
sem orvalho, não rega solo algum.<br />
Seria eu a 'suassuna' fera estranha<br />
Um dorso ilimitado de estranhas grades<br />
Seria também aquele nervoso que Norato deu-se<br />
A erguer poesia<br />
O coração de Luzia de Azevedo<br />
Ou a alcoólica letra de Bukowsk <br />
Anotada minha distante aquarela<br />
Minhas tintas que não se pintam<br />
Lembro que minhas varandas<br />
Já não me vestem<br />
Descanso meus olhos no mirante<br />
Que deixei de ser<br />
No quarto que deixei de oferecer<br />
Na cama que não fui<br />
No amor que nunca senti<br />
<br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-35495904773612759372014-12-22T09:21:00.002-08:002014-12-22T09:21:14.920-08:00... tua letra vintage.<br />
Minha poesia, Bukowiski.<br />
Um dicionário babilônico...Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-85731908885993948592014-12-22T09:13:00.001-08:002014-12-22T09:20:16.938-08:00A pedra-carta que tu me destePude sentir, dias depois daquela tempestade, que a pedra-carta que me deste<br />
foi a iconografia mais intensa e fagulha que uma alma pode sentir.<br />
Tocar... Manusear sentidos e experienciar energias...<br />
Pedra-carta que trazia toda a calma do mundo compartilhado,<br />
sabores e odores de toda a estrutura convexa, que soldava os perfumes individuais.<br />
Ela era elo... <br />
Era fundante.<br />
Pedra-carta que não só falava, por meio de uma sensibilidade insustentável,<br />
como se comunicava em toque.<br />
Era ela, ali, mensagem manifesta.<br />
A pedra-carta que me deste foi-se,<br />
cumpriu seu papel e deixou-me,<br />
como tudo na vida, que onerada, vai-se na forma de silêncios,<br />
de intermináveis não-escutas,<br />
na avenida que é esse caminho de amar.<br />
Aquela pedra-carta está em mim,<br />
ela cartografa "uma luva que já não serve mais", como cantou Antônio Carlos.<br />
Pedra-carta, ela hoje está noutro quarto,<br />
noutra estrada,<br />
nessa interminável luz que é o amor que se, mal iluminado,<br />
procura outro descampado para clarear-se e devolver luz.<br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-45803731354143881372014-12-06T06:29:00.001-08:002014-12-06T06:29:33.009-08:00<p dir="ltr">Ceifado o sorriso, a curva termina estrada<br>
Seivado, o sorriso, mira em reta e se dá<br>
<u>caminhada</u></p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-86986751055762370502014-11-08T03:22:00.001-08:002014-11-10T10:24:42.388-08:00Terra, canto e transe<p dir="ltr"><br>
As cigarras, as de inicio de novembro, eclodidas entoam eretas notas silvestres.<br>
Cores negativas, sons penetrantes que, naturaludade bruta, descem ao ouvido como terra.<br>
Terra abaixo do ouvido perto do sabor que tem seu canto.<br>
Sua respiração fogosa e pedregulha é erupção erotizada.<br>
As cigarras erotizam na algazarra de eclodir canto.<br>
Murmúrio homogêneo, áspero, linha robusta, como trago de cachaça.</p>
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-24650452382796920442014-08-11T00:13:00.001-07:002014-08-11T00:14:40.155-07:00Eu não estava lá, mas eu viQuando aquele verde invadiu minha retina<br />
ocupou um espaço que outras cores, <br />
até então, <br />
não haviam 'invadido'.<br />
Eu não estava lá, mas eu vi.<br />
Podia ser tanto como o verde da fruta oliva, <br />
como podia ser aquele verde oceânico<br />
que, vastidão sem fim, <br />
incendeia qualquer campo, <br />
como podia ser o verde da fera natureza feminina,<br />
aquele verde instintivo e sóbrio.<br />
Ainda que azuis intensos já tivessem se espaçado por cá, <br />
na minha tênue e simples escrita,<br />
como em "azuis que não se calam",<br />
era este verde ocupante demais.<br />
Eu não estava lá, mas eu vi.<br />
Quando aquela intensidão margeou minha noite, <br />
minha caminhada soturna se esverdeou,<br />
tornei-me madrugada, <br />
solícito a lembrar de uma cor tão doce, <br />
que virara tão minha de repente.<br />
Eu não estava lá mas eu vi.<br />
Era eu ali, aquarela.<br />
Não era mais eu, letra<br />
era eu ali 'verdidão' ocupada,<br />
era eu palavra desenhada, <br />
cor, <br />
pincel e pintura.<br />
Eu não estava lá, mas eu vi.<br />
Me verdeei de tua retina luz.<br />
De tua forma-cor-poesia.<br />
Sentei, senti, sorri...<br />
Verde é tua beleza e maduro teu alcance.<br />
Sublime tua inesperada cor.<br />
Eu não estava lá, mas eu vi.<br />
<br />
<br />
<br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-31842586097948856412014-06-16T07:17:00.001-07:002014-06-16T07:18:33.668-07:00Mantras sob uma ladeira denominada amor.Passei por ali, de partida.<br />
Segurava às mãos todos meus destinos<br />
Tecidos que foram se costurando<br />
A medida que respirava noturnos<br />
Pensamentos.<br />
<br />
À tira colo,<br />
carregava o sonho de tramar a favor de amar.<br />
<br />
Subi naquela montanha, um terreno hostil<br />
sob a ótica do olhar,<br />
mas de uma paz sobrenatural.<br />
<br />
Enrolei todas minhas lembranças e atei esperança nelas<br />
Febrilmente elas se inflaram de um torpor insano<br />
<br />
Peguei todos meus sonhos, sopros que se perderam ao vento<br />
E debrucei sobre eles uma cortina de bem-aventuranças<br />
<br />
Entoei mantras<br />
Sussurrei caminhos<br />
Expirei falas desconexas<br />
<br />
Parti sem destino rumo ao eterno e longilíneo<br />
Coração temido<br />
<br />
O que ama<br />
O que desce ladeiras<br />
O que se apresenta<br />
Aquele que se diz,<br />
Valente. <br />
<br />
<br />
<br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-39334793566389563342014-06-16T05:46:00.002-07:002014-06-16T05:46:38.992-07:00Quadros, amores e dispersõesComo um quadro inacabado<br />
Vejo você aproximando-se.<br />
Dois pincéis se apresentam a esta superfície inescrita.<br />
E, de posse das mais belas e apaixonadas cores,<br />
te convido a comigo,<br />
pintar uma história a duas mãos...<br />
Um par, uma estrada, um quadro.Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-52982138301407486692014-06-10T12:22:00.003-07:002014-06-10T12:22:37.375-07:00 O engarrafador de nuvensOntem,<br />
<br />
quando, como em todos os dias caminhava com destino laboral,<br />
vi aquele homem.<br />
<br />
Imagem sempre truculenta a entortar a paisagem urbana.<br />
<br />
Decidido a não somente ver, me aproximei e sem maiores problemas <br />
ele me disse que ali, engarrafava nuvens.<br />
<br />
Era ele ali, suplemento de uma inusitada afirmação.<br />
<br />
De pronto ele tirara do bolso um leão que vociferava nas pequenas paredes de vidro, <br />
estava ali sua torre, teu forte.<br />
<br />
Imóvel, ele me dizia que a velocidade das dores mundanas o presenteara com essa habilidade poética.<br />
E que, para alguns, era ele terrível demais por engarrafar nuvens tão lindas.<br />
<br />
Dizia ele que esta práxis epifânica o tirara seus maiores sonhos, <br />
conviver com sua filha, pois engarrafar nuvens era tarefa de mentes inacabadas.<br />
<br />
Preferiu a imobilidade da solidão a provar rua serenidade.<br />
<br />
Preferiu trazer as mais diferentes imagens a suas garrafas vazias,<br />
vazias como os corações dos transeuntes que por ali passavam,<br />
a dissertar sobre tão avassaladora incumbência.<br />
<br />
Sentou numa pedra<br />
Pegou seu destino<br />
Virou criança<br />
Largou a esmera de se explicar.<br />
<br />
Imóvel.<br />
Engarrafa sobre si, seu caminho.<br />
<br />
Curto, <br />
porém insurrecional.<br />
<br />
Estética negada,<br />
por uma tão vigiada vida.<br />
<br />
O engarrafador de nuvens.Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-6673638289259344072014-06-06T06:59:00.001-07:002014-06-06T06:59:55.425-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpMwUvGeT6GdxdOXjvI4JqXZpQtWexgAJg1HIH9FIomdnoKGNzjQz9R1TPdTEsI_JiY7Ek2Zcb5RJ-RAXwPn-zw2m_vrKG-Tc1VdG6x3c6uDqy1O6DHqkopsRsmEuwGhVWDkPJD8CSQac/s1600/10421549_648179071917983_6477017472280951475_n.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpMwUvGeT6GdxdOXjvI4JqXZpQtWexgAJg1HIH9FIomdnoKGNzjQz9R1TPdTEsI_JiY7Ek2Zcb5RJ-RAXwPn-zw2m_vrKG-Tc1VdG6x3c6uDqy1O6DHqkopsRsmEuwGhVWDkPJD8CSQac/s320/10421549_648179071917983_6477017472280951475_n.png" /></a></div>Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-84014057479438377262014-05-14T06:40:00.000-07:002014-05-14T06:40:11.808-07:00Transe de um eu a derivaEsta pressão imediata<br />
Um poder intenso que toma de mim energias imensas<br />
É besta fera que se assemelha ao holocausto<br />
É pura desarmonia<br />
É desalinho que fez morada num combalido diário<br />
É caminho torto em coração imperfeito<br />
Chama que incendeia meus oceanos<br />
É vulcão que emerge sobre pés desalinhados<br />
Mentira sobre meias verdades<br />
Tuba no deserto<br />
Esta imediata pressão<br />
É de mim, coloquial paixão<br />
Esfera absorta de mensagem<br />
Dor que mata a conta gotas<br />
Mortes diárias<br />
São conspirações poéticas. Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-60520795295146807172014-03-20T05:48:00.000-07:002014-03-20T05:48:36.400-07:00Curumim e a BonecaCurumim se encantou pela Boneca<br />
A Boneca, perante um cortejo célebre<br />
Se apaixonou pela reza<br />
Curumim mirou o céu<br />
E lá viu que somente as estrelas<br />
Brilhavam como a Boneca<br />
A Boneca se lançou em bailado<br />
Em loas e cirandas<br />
Dançara num movimento celeste<br />
A Boneca se encantou<br />
E pelo céu partiu em oferenda<br />
Curumim, desejoso de manusear o <br />
encanto da agricultura estelar<br />
Encantou-se pela noite<br />
Saiu pela mata<br />
Em busca da luz<br />
Que arou seu desentoado coração<br />
Curumim se encantou <br />
Partiu pelas estradas divinas<br />
Virou estrela<br />
Viraram encanto<br />
O Curumim e a Boneca<br />
O Céu e a EstrelaLeandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-83030547656755809002013-12-11T04:30:00.001-08:002013-12-11T04:31:46.197-08:00Vida de Espera<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Vida de espera<br>É sono que não chega<br>Telefone que não vibra<br>É coração que se esmera<br><br>Olhar a solta e à prova<br>Silêncio que se propaga<br>Mundo que não se ajeita<br>Tua imagem que em mim soçobra<br><br>E como fotografia faz morada<br>Nas minhas caminhadas noturnas<br>É fruto que cai no chão<br>São pedaços de uma longa estrada<br><br>Vida de espera<br>São infinitos que se debruçam<br>Sobre um mar revolto e denso<br>De caminhos que não mais se encontram<br><br>É vida de menino apaixonado<br>É soluço em madrugadas solitárias<br>São olhares perdidos ao fundo de objetos soltos<br><br>É coração vazio<br>Em vida de espera.<br><br><br></span>Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-14287194359126219632013-12-11T04:28:00.001-08:002013-12-11T04:28:34.357-08:00Manoel de Barros - 'Siempre'<br><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFV_yZfLWJkHhLCRf7JUxV3TYIBx41SyCDrjEPfSJQGa2joDKXTdLeXx_WNByRqiNxbxD0VkayFuKGXNmNVbuaPaKCXFePuWukgDDK0ehseaE_EmYulytadBcc3oBJ5Q965whSaK5gGQQ/s640/blogger-image--1069968238.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFV_yZfLWJkHhLCRf7JUxV3TYIBx41SyCDrjEPfSJQGa2joDKXTdLeXx_WNByRqiNxbxD0VkayFuKGXNmNVbuaPaKCXFePuWukgDDK0ehseaE_EmYulytadBcc3oBJ5Q965whSaK5gGQQ/s640/blogger-image--1069968238.jpg"></a></div>Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-17523684290892713142013-11-20T17:00:00.001-08:002013-11-20T17:00:21.849-08:00Silêncios que me gritamEste silêncio que me enforca<br />
Força mais de mim que qualquer grito <br />
Já emitido nesta minha<br />
Enjaulada boca<br />
Grunhidos que se ajeitam no meu colo<br />
Sob a denúncia de erros que se perpetuam no tempo<br />
Silêncios solitários pronunciados em letras minúsculas<br />
E não mais apenas uma bricolagem de minha alma<br />
São silêncios de um mundo que se ergue em mim<br />
São palavras de um canto onipresente<br />
Sons tonitruantes que estrondam meus novos sentidos<br />
Mantras compostos em desejos febris<br />
Missiva épica de um novo homem solitário<br />
São silêncios de um novo velho mundo<br />
De um novo gado<br />
De tarefas árduas em se pacificar demônios<br />
Silêncios que nunca pude pronunciar <br />
E que agora se mexem em mim<br />
Gestos inquietantes de quem até, hoje de manhã, só era voz caída<br />
Silêncios que me atormentam<br />
Vozes que me afetam<br />
Sopros saltitantes de sons à extremos<br />
Desejosos de ficarem calados<br />
Vozes sobre mim ainda procuro<br />
Vestígios de uma incoexistência escuto<br />
Verdade nenhuma sussurro. <br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-30620315724098522662013-11-20T04:12:00.001-08:002013-11-20T04:12:01.378-08:00•urbanidades•<br><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQSqycU3zogw6yUqBMSn1co9b1JSMyU2mKHiF0ztG1TnwnM3OfvXFp7dLlxlP-wDJcFIwTEi_gn5i_6AbC9EbTwJfL1zpMmbgr0t3P4ltjgLvkQbvtZ_UhxtSiNJHffMA-vykgn7AtKvw/s640/blogger-image-2077320407.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQSqycU3zogw6yUqBMSn1co9b1JSMyU2mKHiF0ztG1TnwnM3OfvXFp7dLlxlP-wDJcFIwTEi_gn5i_6AbC9EbTwJfL1zpMmbgr0t3P4ltjgLvkQbvtZ_UhxtSiNJHffMA-vykgn7AtKvw/s640/blogger-image-2077320407.jpg"></a></div>Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-91014176490335639502013-11-04T05:31:00.002-08:002014-01-02T17:02:35.700-08:00Azuis que não se calamAinda aturdido com o vazio que eu me impusera<br>
<br>
Percorro um mundo que se envolve entre nós<br>
<br>
Missiva sobrenatural que acaricia minha infância<br>
<br>
Visita de infortúnios que havia deixado inerte quando pensei em desistir do amor<br>
<br>Séculos atrás...<br>
<br>
São agora palavras que não me deixam sombrear minha calma<br>
<br>
São azuis intensos que me levam a sentimentos, inesperadamente, confusos<br>
<br>
Ossos que remontam datas benfazejas<br>
<br>
Caminhos de mim<br>
<br>
Desejos de você<br>
<br>
Imagens sem fim<br>
<br>
Anúncios de você<br>
<br>
Incertezas incomuns<br>
<br>
Fotografias de você<br>
<br>
Aforismos de mim.<br>
<br>
Construções de você<br>
<br>
Arquétipos que infelizmente construo sozinho<br>
<br>
Você... <br>
<br>
que sobriamente não emite sinais<br>
<br>
Não enumera linhas que eu possa margear tua presença<br>
<br>
Enigmas que não esperava viver tão rapidamente<br>
<br>
Absorto.<br>
<br>
Acalmo minha fala.<br>
<br>
Minha poética paixão.<br>
<br>
Espero teus sinais. Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7183516872209037483.post-76893677555548251592013-10-21T12:11:00.003-07:002013-10-21T12:11:42.447-07:00Sobre Jandira e um amor mateiro... Era janeiro de 2007 quando ‘Jandira’ foi dada como desaparecida por seus pares e amigos, forças naturais e demais interessados, no entanto, ela deixara marcas que nunca desapareceram, pois incorporara o próprio mito, em metafísica. Uma narrativa que se entrelaça com a história de Jorge, sonhador, humano, guerreiro, mais por admiração que por estética e predicado.<br />
<br />
‘Jandira’ aparecera na comunidade Arandu quase por acidente. Bióloga recém-formada, ela acompanhava uma comitiva de rondonistas que expedicionvam pela região na tentativa de criptografar a oralidade do povo e suas relações com os biomas locais. Jorge era veterano do curso de línguas e trabalhava numa linha de pesquisa que buscava na relação acima citada a essência da etnia, conhecida pela valorização da tradição oral do seu povo, na criação de mitos, que carregava ao longo dos anos crenças e lendas fortemente enraizadas na região. Sob o olhar da mata, dos espíritos e das forças ocultas que se embrenham na alma, um amor se fez raiz; como a das árvores bicentenárias, que cercavam os solos do lugar, o amor cercou os acadêmicos corações dos dois. <br />
<br />
O povo Arandu durante muitos anos viveu isolado das questões ditas sociais para este moderno mundo. Seus líderes ponderavam que para a preservação da comunidade e, sobretudo, para manter as características de seu povo intactas das maleficiências do homem, era de suma importância manter distância das formas de educação e convívio “civilizados”. Os Arandu eram um povo que, diferentemente das outras etnias do lugar, colecionavam e reverenciavam uma série de espíritos e mitos que impregnavam sua cultura de magia e interrogações. Alguns nativos incorporavam estes guerreiros e guerreiras do passado, e assim, remontavam a tradição e o conhecimento aos jovens. Por meio de rituais, revelações as mais diversas eram absorvidas, numa espécie de transe impulsionada pela ‘ayahuasca’, chá típico de alguns povos indígenas do lugar.<br />
<br />
As histórias de Marina, a bióloga, e a de Jorge, o linguista, se cruzam neste campo de relações acadêmicas misturadas ao sincretismo e tradição indígena, nos rituais florestais que trazem a mata para dentro da alma. Das paixões brejeiras que ruminam mantras e fotossínteses amorosas.<br />
<br />
Nestas entranhas eles se conheceram durante uma tarefa de memorialização do povo e de seus antepassados, processo que somente com muito custo e negociação foi aceito junto aos líderes da tribo. Uma vez de olhares cruzados os dois se apaixonaram, sem mesmo uma palavra dita, sem sequer negociação amorosa qualquer ou processo de conquista, ou alguma ponte de comunicação que não seja visual. A intensidade dos olhares foi tamanha, que para que essa paixão desaguasse mata e coração adentro, não necessitava de nenhuma interação estética, apenas o combustível que alimenta a raiz, e esta, fincou-se no coração dos dois, assim como os Jequitibás se fincam chão adentro.<br />
<br />
Mimetizados pelo romance, alheios à tarefa incumbida, os dois ficaram estatelados a se namorarem. Ficaram naquele lugar, ali, se sentindo sem se tocaram, numa paixão momentânea, eterna, duradoura, erótica. Abordados pelo coordenador, pois já demonstravam certo impasse nos trejeitos, os dois se recompuseram e tentaram refazer suas atividades. O chefe da expedição ficara receoso de que os caciques pudessem zangar-se com o amor desconhecido e desabrochado, e cancelar assim, as atividades. Chamou a atenção dos dois. Ainda em êxtase, ficaram sem entender o que lhes acontecia.<br />
<br />
Ambos sentiram uma estranheza fora do comum: como havia de sentir tamanha densidade de sentimentos sem sequer se tocarem. Como poderia sentir homérico prazer sem, de fato, presenciá-los. <br />
Recolhidos ao fim da atividade tentaram se pronunciar entre a caminhada de volta do trabalho, mas as tentativas foram inúteis, estavam cercados não somente pelas bordas da mata densa, mas também por energias que não eram suficientemente táteis para que ambos compreendessem. <br />
<br />
Ao chegarem ao campus conseguiram trocar algumas palavras, fúteis, nada mais que isso. Combinaram de tomar um sorvete ou alguma bebida qualquer, isso era o de menos para uma situação tão forte como a que viviam.<br />
Eis que as forças da natureza são maiores e, peças do destino à parte, fez com que este momento não se concretizasse, pelo menos neste plano mundano.<br />
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Durante o trabalho da semana seguinte os rondonistas foram convidados a presenciar o ritual ‘xamânico’ típico dos Arandu, em que os aptos incorporavam trejeitos, formas e peculiaridades de seus antepassados, e foi aí que ‘Jandira’ aparecera na vida dos dois.<br />
Durante o consumo do chá Marina sentiu uma vibração muito forte em seu corpo, e este passou a não corresponder seus estímulos. O cacique Arandu orientou que ninguém a tocasse, pois caso ela estivesse incorporando o espírito da índia ‘Jandira’, mateira e caçadora que protegia a tribo em noites de relâmpagos, a moça poderia nunca mais desencarnar daquela força. E foi o que aconteceu.<br />
<br />
Jorge afoito e imaturo para as questões espirituais tentou persuadir Marina, ou ‘Jandira’, a se recompor, quando levou uma forte pancada na cabeça e caiu ao chão. Todos ficaram assustadíssimos com tamanha força que a moça acertara seu recém-amado. Jorge conseguiu apenas segurar o embornal que Marina levava a tira colo. ‘Jandira’ saiu correndo mata adentro. <br />
O cacique explicou que ‘Jandira’ só aparece raramente para pessoas muito sensitivas e que dificilmente ‘devolvia’ quem a envolvia. O fato já acontecera anteriormente.<br />
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Marina nunca mais foi vista.<br />
De lágrimas olhos afora Jorge ficou com coração partido vida adentro. Na bolsa de Marina um bilhete que, certamente, era para ele, que dizia: <br />
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“(...) não tenho um sabor de sorvete predileto”.<br />
Leandro Filho de Sol Poentehttp://www.blogger.com/profile/09725756424329513797noreply@blogger.com1