Houve um tempo em que sonhos me eram estreitos
Tanto aqueles noturnos quanto os palpáveis em longo prazo
Delgados, amenos ou simples
Houve um tempo em que brinquedos me eram necessários
Houve um tempo em que parapeitos eram cruciais
E houve tempo em que lágrimas contemplavam memórias
Houve um tempo em que drogas me eram parte do corpo
Num outro tempo o sexo fácil era o totem de uma etapa
E noutra etapa sorrisos eram sonhos impossíveis
Intangíveis
Houve tempo em que o “Estreito dos Sonhos” era largo em demasia para atravessar
Esse tempo perdurou-se em minha alma por séculos de humanidade
Hoje é o tempo que, metaforicamente, concluo como mariposa
Que suas quatro fases: o ovo, a larva, a pupa e o estagio adulto conclui um belo processo, poético, sereno, mas não menos hostil.
O inicio do ciclo, ovos postos, as borboletas, soldadas desta égide da vida seivam folhas para os seus destinos, período de sonhos pueris
Transformada então, em lava, lagarta enumera e consolida o início profundo, dotada agora de aura, novos sonhos
Casulo, crescemos e guardamos energias.
Estagiando na vida, produzimos nossos fios de seda ou semelhantes, que se prendem a superfície de uma natureza não codificada.
Esses mesmos fios servem de abrigo contra os predadores, as vezes nós mesmos.
Este mesmo animal, febril solicitante de espelhos, agora em pupa, depois de várias
mudanças de pele, usará esses fios para construir o verdadeiro casulo.
Sonhos concluídos.
Enfim, borboleta e o casulo, rompidos os sonhos serão nossas asas afora, tateando outros sonhos, ciclos perfeitos de uma metafísica profunda.
Por Leandro Galdino
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