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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A pedra-carta que tu me deste

Pude sentir, dias depois daquela tempestade, que a pedra-carta que me deste
foi a iconografia mais intensa e fagulha que uma alma pode sentir.
Tocar... Manusear sentidos e experienciar energias...
Pedra-carta que trazia toda a calma do mundo compartilhado,
sabores e odores de toda a estrutura convexa, que soldava os perfumes individuais.
Ela era elo...
Era fundante.
Pedra-carta que não só falava, por meio de uma sensibilidade insustentável,
como se comunicava em toque.
Era ela, ali, mensagem manifesta.
A pedra-carta que me deste foi-se,
cumpriu seu papel e deixou-me,
como tudo na vida, que onerada, vai-se na forma de silêncios,
de intermináveis não-escutas,
na avenida que é esse caminho de amar.
Aquela pedra-carta está em mim,
ela cartografa "uma luva que já não serve mais", como cantou Antônio Carlos.
Pedra-carta, ela hoje está noutro quarto,
noutra estrada,
nessa interminável luz que é o amor que se, mal iluminado,
procura outro descampado para clarear-se e devolver luz.

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