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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Espíritos, quarks e a máquina universal

Fiquei muito feliz em ler seu texto, certamente, esse tema rende muito pano pra manga, como diz o ditado, entretanto, nos possibilita também a oportunidade de grande crescimento, de rever conceitos, enfim, encontrar novos paradigmas.

Como disse, o nobre amigo: “Conspirações Poéticas” é não tergiversar, então, sem mais delongas, permita me convidar dois brilhantes “espíritos”, para enaltecer nossa humilde reflexão, citarei frases memoráveis desses dois gênios, em seguida, pretendo tecer algumas considerações sobre o assunto. Obviamente, esse texto é uma visão pessoal.

“Deus para a felicidade do homem criou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e casamento com amor.” Machado de Assis

“A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”. Albert Einstein



Pois bem, utilizei as citações acima com o intuito de falar sobre a infinita limitação humana, como algo inerente à própria existência do homem em busca da verdade.

A verdade que liberta como disse o mestre; onde está essa verdade? Entre tantas soluções milagrosas, boas intenções, promessas de fim de ano, furos jornalísticos, avanços tecnológicos, comodidades da vida moderna, direitos do cidadão e slogans oficiais. A jóia esta no coração do lótus, a iluminação está em tudo, diz o mantra budista.

Apesar de toda a ladainha em nome do progresso, a fome permanece a fome de tudo (salve Nação Zumbi), infalível, como a fome do chão que vai te engolir.

O mundo está cheio de sofrimentos, nascer, crescer, envelhecer, envolvem muito sofrimento, ficar doente, broxar, tomar um chifre, não conseguir convencer aquela bela morena de que você não é igual aos outros, não assistir ao show da sua banda preferida, ver o seu time tomar uma goleada, contas a pagar e outras pequenas desventuras, a vida que não está livre dos desejos é refém da angustia, eis o que se chama de a Verdade do Sofrimento.Isso é budismo, meu caro.Mas parece que já ouvimos isso antes, concorda?

Por mais línguas que existam na Torre de Babel ou pra usar um termo atual, na nossa aldeia global, a verdade é uma só, os ensinamentos do Buda Gautama ecoam nas palavras de Jesus Cristo, Hermes Trismegisto, Lao Tse e tantos outros, todos falaram a mesma coisa com palavras diferentes. DETALHE: Ninguém tem que acreditar na verdade.

Por que começamos esse debate? Naquela bela manhã de domingo no meio de uma conversa sem grandes pretensões, quando declarei não sei por qual motivo a afirmação de que todos têm o dom da mediunidade, parece que sua cerveja não desceu redonda como de costume, como bem lembrou o sagaz amigo, não chegamos a declarar guerra, todavia, horas depois, ninguém ainda havia marcado um gol.

O inoxidável amigo diz que foi tratado com cético, não vejo que mal a nisso, uma vez que agiu como tal.

Entretanto, me parece que existem alguns entraves que talvez possamos esclarecer nessa empreitada conspiratória:

Primeiro; mediunidade é somente capacidade humana de estabelecer contato com espíritos desencarnados, gente que já foi dessa pra uma melhor ou não. O amigo questiona se de fato todos teriam tal faculdade ou presunção, como preferir.

Segundo, não entendi, quando o metódico amigo diz que afirmei que a mediunidade é uma resposta para a questão divina. Mesmo porque essa afirmação não responde nada, aliás, propõe novas perguntas.

Está cientificamente comprovado o equivoco de uma pretensa superioridade ariana, geneticamente falando, um africano é exatamente igual a um dinamarquês, mesmo assim, não resolvemos à questão do racismo e consequentemente a desigualdade abissal entre os povos.

Todos possuem a capacidade mediúnica? Sim. Pelo simples motivo de que Deus deu a todos os homens uma dimensão espiritual assim como fez todos os homens iguais, fato irrevogável. O que não quer dizer que um texano tenha que acreditar que é igual a um negão da Louisiana.

Naquele dia, mesmo com a ajuda da sua sempre simpática cara metade, não consegui encontrar um exemplo convincente para esclarecer a questão, hoje, obviamente, depois de muito refletir, acho que encontrei uma boa analogia.

Suponha que eu tivesse afirmado “todos temos o dom da leitura”, isso não quer dizer que todos nós, doravante, somos ou seremos leitores vorazes, assim quando digo que todos têm o dom da mediunidade, não quero dizer que você vai começar a fazer download de qualquer alma penada que estiver de bobeira no pedaço.

Assim como a leitura exige um treinamento para sua fruição, exercer qualquer uma das várias possibilidades da mediunidade exige considerável esforço.

Concordamos que se existem vários tipos de leitores, certamente, existem vários tipos de médiuns.

Quanto ao fato, dessa crença ser uma ideologia, posso dizer que: ideologia eu quero uma pra viver, hoje a ciência já é capaz de analisar a matéria além dos quarks flutuantes, vivemos num mundo feito de probabilidades quânticas.

Você sabia que nosso cérebro é praticamente água condensada?

Espero que possamos enveredar por novos temas espinhosos...

Manda um beijo pra sua digníssima cara metade.

Aquele abraço, mano.


Guilherme Araújo

OS: Só pra esclarecer meu casamento foi realizado num terreiro de umbanda.

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