No frenesi de mais um dia sem sentido
Se perguntou porque deixou passar batido
Não encontrou quem procurava no espelho
Na cartola não havia nem um coelho
Continuou, apesar do sinal vermelho...
O vai e vem em vão
Em qual esquina o paraíso perdido
Os mesmos rostos lhe surgiam num filme repetido
O mesmo gosto de um filme repetido
Se conselho fosse bom viveria de palpite
O seu deus se chama umbigo
E não há outro em que acredite
Mastigando as horas, apressado e sem apetite;
Descobriu que paciência não tem limite
Andava em círculos, pois nascera quadrado;
Na tv outro alguém chorava o leite derramado
Não saia daí...Depois dos comercias, voltaremos com outro enlatado...
Andava em círculos com seu olhar quadrado
Afinal, o quê empurra essa cabeça;
Que o sol cozinha antes que anoiteça?
Ainda não inventaram lei que se obedeça
Aplicando rasteiras em cobras e sacis
Se dizia dono do próprio nariz
No frenesi atrás de um final feliz
Fumaça e stress entopem as veias da metrópole
Encontre o coelho branco, Alice!
Quem chega primeiro não lembra do vice
Aperte o passo ninguém ouviu o que você disse
Um boi pra seguir a boiada
Blefando num jogo de cartas marcadas
Quantas vezes sorrir da mesma piada?
Cumprindo tabela com jogada ensaiada
A torcida grita gol no país do futebol
Debaixo de tempestade procurava um lugar ao sol
Na ladainha da cidade dinheiro não compra semancol
Conspirador Guilherme Araújo
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