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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Crônica de um passeante comun

De andada por esta quente e degradada morada as vezes penso no que querem pra mim.

Penso no quanto me querem felizes, o quanto me desejam socialmente domado. Curioso fato é que nunca me perguntam, ou me perguntaram, se quero ser domado, se quero se incluído ou se desejo que desejem pra mim.

Para início de prosa digo que, se ser feliz é empregar minha assinatura abaixo de um projeto que não tem projeto, digo que muito obrigado, mas não.

Se ser feliz será ter dois carros na minha imensa garagem de poucos metros quadrados e passar fins de semana economizando vida pra pagar o sonho americano, digo não.

Talvez eu queira a prosa de uma terra diferente, como a que nasceu "mineira". Talvez ainda, eu simplismente queira não querer o sonho.

Talvez queira poesia, passáro, água, contemplar uma árvore em chamas no cinza da morada insustentável.

De passeio por aqui talvez não queira acumular, ou melhor, com certeza não quero acumular. Assentar meu espírito em algo que não posso ver, sentir, tatear, ou até mesmo "puetizar".

Não!

De passeio por aqui talvez decepcione alguns por isso, talvez crie frágeis expectativas nos mesmos.

Certo é que eu não quero o ruído, quero o sonoro.

Certo é que não quero preto e branco e sim o multicolorido.

Certo em mim é que não me atrai as palavras doutoras e sim as mais belas, que me empreguem um quantum de adrenalina.

De passeio pela morada em chamas talvez não leve meu filho ao melhor parque de diversões, mas com certeza conversarei com ele sobre o respeito que merece a população de rua, e diga ainda, porquê os amigos de sua escola e seus pais são tão idiotas.

De passeio por aqui, não morro para acumular, morro para passear, o único certo passo é este...

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