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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Breve oceano em chagas

Sob aquela água escaldante
meus sonhos esvaiam-se;
eram pétalas despidas num jogo,
de mal e bem-me-quer.
Águas que não filtravam as inobservâncias de meu corpo,
águas que não decantavam as sonolências,
de meu corpo.
E nelas, não pude banhar-me,
não pude lavar minhas lágrimas
e expurgar minhas profundas dissonâncias.
Águas muito quentes para um sol tão frio.
Sob um não margear de curvas, assim como navio,
desatina-se a um pequeno quadro de onda:
elas me desatinam.
Sou leme sem direção,
estou coração envolto que não se molha,
em caminho algum.
Vendaval capinando a procura de endereços,
que sem rumo destroça toda estrutura possível.
Vultuoso conflito,
elementos diversos sem linha amena.
Resquícios infantis,
ligações químicas que não se ligam.
Águas turvas.
Caminho torrente.
Garrafas que se perdem ao longo de mim,
breve oceano em chagas.


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